domingo, 8 de março de 2009

Astrologia - Livre arbítrio e destino - parte 2









O Destino no Mapa Natal
Plutão e Saturno astrológico

Para os astrólogos, saber tecnicamente quais os indícios que o destino escreve no mapa natal de uma pessoa pode ser de suma importância, mas no mínimo de grande complexidade. Não foi possível para mim em meu atual nível de conhecimento saber o porque o destino se aplica de determinado modo sobre uma pessoa, apenas uma luz foi possível, como tentei descrever acima. A cabala, o Hermetismo, a Astrologia, e as filosofias do Karma e Dharma, clarearam a escuridão, mas há muito por ainda ser desvendado. No entanto, indícios ao meu modo de ver claros podem ser notados, para tentarmos entender alguns pontos da influencia das Parcas sobre a vida humana em um mapa astrológico.

São muitas as correntes que estudam a influência do destino sobre a vida humana, os reflexos de vidas anteriores nesta. Achar com clareza quais as certas e quais as erradas é uma tarefa das mais difíceis. Mesmo porque falar que uma pessoa foi faraó do Egito antigo é fácil, o difícil é provar este fato, pelo menos pela simples análise de uma mapa natal. O que foi possível até o momento ao meu ver são indícios de como o destino de um modo geral está se expressando na vida particular da pessoa. De como o indivíduo sofre esta influência através de seu meio, de sua família e dele mesmo. Seria entretanto impossível colocar toda esta filosofia no espaço de um artigo. Entretanto coloco um resumo da estrutura astrológica que poderia expressar estes pontos.

Como astrólogos, sabemos que não se pode analisar apenas uma posição isolada para definir algo, e quando se trata da manifestação do destino isto se aplica ainda de maneira mais efetiva. Os pontos descritos aqui, são portas pelos quais o destino pode se manifestar na vida das pessoas, ou mesmo das gerações, já que o senhor da grande região inferior, Plutão - Hades, demora 248 anos para completar sua rotação pelo zodíaco, mas o que atravessará estas portas e como estas se aplicarão na vida de cada um poderá estar envolvido em conseqüências encadeadas por arranjos astrológicos em várias áreas da vida.

É difícil falar em plutão, sem que falemos de sua influência sobre as gerações, pois como já dito, Plutão ( que significa "riqueza" ) caminha de modo lento quebrando padrões. Quando Plutão passou em Câncer, situado entre 1914 e 1939, entre duas guerras e pelas conseqüência da completa destruição e transformação de tudo o que significa lar, nação, família, clã, proteção individual.

A força pela qual as famílias foram separadas, destruídas, demonstra a energia de Plutão. A herança das Moiras foi que deveríamos aprender do perigo de interpretar nossas obsessões num nível objetivo. Contudo, o que me parece mais claro é que as gerações vindouras foram marcadas na compreensão interior do que significa "lar, "família" ou "nação" e deste então estas pessoas nunca mais entenderam o que eram estes termos para seus progenitores. Tão pouco acho que seja um acidente que a geração nascida com Plutão em Leão - a assim chamada geração do "eu", que se situa entre 1939 e 1958 tenha feito um deus de individualismo ao destino e à expressão individual.




Como podem constatar, gerações também tem destinos. As conseqüências deste destino são as vezes sentidas nesta própria geração, mas as vezes são seus filhos e filhos dos seus filhos que terão impressos em suas mentes, corações e atitudes as conseqüências e aprendizados de quando Plutão ou outro astro que expressa o destino fazia forte tensão. Por exemplo, com a revolução sexual nas décadas de 50 e 60, os filhos nascidos dali passaram a ter um comportamento e uma mente completamente diferente dos seus predecessores, pois a marca das Moiras foi sentida nas próximas gerações, mas dadas pelas configurações de seus pais, pelo menos em parte. Este destino "fatal" aplica-se mais severamente quando extrapolamos no direito de nossa liberdade. É Plutão e Cronos-Saturno ( que veremos mais tarde) que demonstram o quanto somos mortais, nos mostrando as leis do destino, da mortalidade da Ordem natural das coisas.Deste modo, mesmo que uma pessoa esteja ligada ao destino de sua nação, o seu destino individual se mostrará através de certas posições destes astros, as casas em que estão e os aspectos que passam com planetas pessoais.

Entretanto, para a maioria destas pessoas, Plutão pintará as cenas interiores com suas cores particulares, dado todo o processo de destino já falado anteriormente, é uma pintura subjetiva como as regiões do Hades, que refletirão externamente como projetamos nossas questões. Sabemos que Plutão governa os gens, a hereditariedade e deste modo ele expressa o pecado ancestral, a herança familiar e sua própria herança individual que estarão em consonância para expressar " o meu problema", as questões mais profundas que a psiquê esconde, projetando externamente apenas uma leve abertura do que quer "sair".

Encontrar o seus destino na questão sentimental por exemplo, tendo plutão na sétima casa e deparar-se com a Parca no Outro. O jogo de poder, o divórcio, rejeições, triângulos amorosos, submissão, sacrifícios, etc. As vezes, tende-se a evitar relacionamentos profundos, mas o destino, as Moiras não se deixam ser enganadas, e quando a pessoa menos esperar estará envolvida em um relacionamento profundo , que será difícil distinguir os sentimentos e as pessoas. Ocorre de projetar estes princípios primitivos plutonianos, através de um parceiro, ciumento, pocessivo, dominador, voraz, um poder primordial atraido pela pessoa, mas expresso através do parceiro. A lista pode variar enormemente; veremos, dado aos seus aspectos como o destino pode se expressar mais fortemente em uma vida, dada a casa em que este se encontra, seus aspectos, benéficos ou não. De qualquer modo será um setor em que a pessoa será marcada, onde os temas serão mais profundos, fortes e até certo ponto inevitáveis do que a vontade individual. Um sentimento de impotência parece ser intrínseco aos encontros com Plutão, afinal as Moiras estão acima do próprio Zeus que nada podia fazer contra elas, nada mais podemos fazer a não ser confiar que as coisas caminharão bem.

Encontrando Plutão na décima segunda casade um mapa astrológico, é encontrar plutão em seu território, o inconsciente, aonde todo o seu poder pode estar expresso, liberando tudo o que está escondido, podendo ser as vezes inevitável neste ponto manifestar um destino poderoso demais para a pessoa, ou se as configurações forem muito poderosas mais "boas", conseguir a remissão de problemas "antigos", de manifestar-se plena mente suas mais internas aptidões, vocações, desejos, apesar de sabermos que Plutão rege a oitava casa -Escorpião, em peixes o lado subjetivo sala do escuro inconsciente.

Não é possível fazer uma descrição de Plutão em cada setor, mesmo porque tornaria-se uma manual, o que acho difícil ser expresso para destinos individuais, pois plutão é a porta que liga a conseqüência dos fatos.

O que importa é tentarmos compreender que tipo de senhorio será Plutão pois estaremos com ele até o leito final.

Plutão é essencialmente interior e é através deste que ele se expressa. Contatos íntimos de Plutão com a Lua ( a imaginação, sentimentos, estados psicológicos ), o sol ( a individualidade ) e Netuno ( "sonhos", inconsciente, manifestações psíquicas), principalmente com os dois primeiros " ativa" internamente chaves poderosas. Citando Liz Greene, ela diz que já vira um bom número de casos de depressão psicótica no contado de Plutão com o Sol e Lua. Esta autora conhece outros vários casos de pessoas com problemas psicológicos que tem estas configurações, mas muitas outras que tem estas configurações em harmonia que parecem estabelecer um bom equilíbrio psicológico, apenas tenho ciclos psicológicos particulares durante a vida, sendo pessoas bastante expressivas emocionalmente, de uma caráter "estranhamente" profundo.

Portanto o cuidado com esta análise deve ser grande, pois Plutão com Marte, pode dar uma poderosa força sexual e ou uma progressividade destrutiva, depende de como está inserida. O contato de Plutão com estes planetas pessoais parece nos mostrar que este destino emergi de nosso interior, mas que também pode ser expresso externamente, como uma mãe doente, um esposa ou esposa perturbados, claro que levendo em conta qu seus “efeitos” benéficos também podem colocar a pessoa em contato comsuas maiores potencialides interiores, sua capacidadem de tranformar-se, dependendo de vários fatores.

- Saturno-Cronos - Senhor do Tempo

É o senhor do tempo que toma conta de uma outra face deste destino. Saturno, senhor da morte física é o Alfa-Omega, o princípio e o fim das coisas. Pois o destino físico de um indivíduo é inserido no momento de seu nascimento pelo senhor da morte. Mas por que? Pois é com a Morte que que serão enviados ao "Cosmo" o destino da pessoa, acrescentados pela última existência. A única certeza da vida é a morte e tal como esta sobra , o destino caminha invisivelmente por entre todos. É ele o portador do destino dado pelas parcas, e quando Átropos corta o fio da existência terrena, é porque Cronos estava com ela e trabalhando com ela. O Destino, as Moiras, só podem atuar através do reino de Cronos, cronos em certos aspectos pode ser comparado ao próprio Hades, mas em uma função diferente.

Eis porque Cronos tem um papel tão importante na questão da compreensão de como o destino, O Karma, de uma pessoa pode se expressar na vida individual. No mito, Cronos, é um velho desprovido de toda beleza terrena, é o senhor do Tempo e do aprendizado que advém deste.

A partir deste ponto, podemos ver que Saturno no mapa natal demonstra outra porta que o destino tem de formar o conjunto de estados interiores e padrões de atração pessoais. Saturno como o governante do tempo, permite que o destino se manifeste. Como sabe-se, Saturno é um astro que ensina pela luta vagarosa e contínua, trata de setores da vida em que temos algum obstáculo, dificuldades interiores ou exteriores. Mas por ser o portador do destino, considera-se que ele possa ser uma indicação de possíveis influências ancestrais e reencarnatórias. Esta última é apenas uma tese que necessita ser mais estudada para ser provada, mas em meus trabalhos houve indícios da posição de Saturno, da localização do ascendente (que é uma porta também, a expressão de nossa individualidade), mostrarem possíveis relações entre experiências anteriores com a necessidade de aprendizado atual. Por exemplo, segundo esta teoria, quem tem Saturno no signo de Virgem, teria que trabalhar mais a noção de responsabilidade, de auto controle ( já que oposto a Peixes, um que pode indicar perversões quando caído, de dificuldade em aceitar o real) e assim para cada signo. O ascendente do mesmo modo, traria informações sobre como a pessoa necessitaria trabalhar os seus arquétipos principais do seu ascendente e as experiências que estes necessitariam ser acrescentadas a atual existência.

Cronos entretanto vai mais longe, pois nos mostra setores que temos real dificuldade em lidar, aonde o destino aponta a necessidade de trabalho mais intenso por parte da personalidade. Como Cronos é o tempo, não adiantaria fugir do que ele nos mostra, pois ele tem todo o tempo do mundo, nós não. Encarar o que Saturno nos mostra é nos colocar no nosso destino e trabalhar para que consigamos vencer os obstáculos que nos são criados, as vezes e na maioria das vezes por nós mesmos.

Há uma frase que diz: Quando queremos algo, o universo conspira a nosso favor. Colocaria entretanto que se estivemos no nosso real caminho, ai sim o universo caminhará a nosso favor.
Uma coisa é certa, somos livres, mas esta liberdade está inserida em um contexto maior que desconhecemos, em um mecanismo que nos faz sermos responsáveis por aquilo que fazemos, nada mais justo na opinião deste autor. Como disse Buda, a única maneira de nos vermos livres desta eterna roda de nascimento e mortes, é nos tornarmos conscientes de nos próprios, é seguir o caminho do meio. Quando chegarmos verdadeiramente conscientes das partes dos deuses que moram em nós (Marte, Júpiter, Saturno... ) compreenderemos nossa própria posição no contexto cósmico.

Entretanto é muito importante salientar que não devemos aceitar tudo como um destino fatalista, muito ao contrario, é tentarmos conseguir nos colocar em um caminho que nos sentimos melhor, que seremos realizados. As Moiras querem o seu Quinhão, cabe a nós nos harmonizarmos com a natureza e a lei intima das coisas. Na posição deste autor e pelas pesquisas que faço, estou a trabalhar em um meio que os antigos professavam. Que se o ser humano conseguisse se harmonizar com as Parcas - o Destino, este seria mais sereno, mais fácil de ser trabalhado, sua saúde e todas as outras áreas da sua vida transcorreriam com maior equilíbrio. Acredito que é possível fazer este processo, talvez não tão poderosamente quanto eles diziam para os dias de hoje, mas que usando o mapa natal de um indivíduo e técnicas corretas, podemos conseguir equilibrar em parte que seja, os desajustes que possam haver no mapa individual. O destino é uma incógnita, seus véus só nos deixam ver vultos de sua natureza. A nos mortais, só nos é possível ir em busca de nosso real lugar no universo, por isto a máxima se torna mais clara:
"Conhece a tí mesmo".

- Bibliografia : Liz Greene - A astrologia do destino
Corpus Hermeticum
Paracelso
Giordano Bruno
Platão

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